quinta-feira, 13 de abril de 2017

Actualização…



No inicio desta semana, 2ªfeira dia 10/04/2017, fomos à consulta de neuropediatria no Hospital de Santa Maria com a Dra Sofia. Levantou-se o tema da dificuldade na fala, que parece ter regredido um pouco, para termos a opinião da Dra sobre a possível influência da medicação nesta matéria. A Dra não descartando essa hipótese, mas também não descarta a hipótese de haver realmente uma ligeira regressão devido à falta de estimulo. Pediu-nos para termos atenção à alimentação da Filipa, uma vez que ela aumentou 4kg de repente em pouco tempo. Colocou-se a hipótese de lhe diminuir um pouco a medicação, mas achámos melhor não mexer até que apareça outro episódio de crises.

Ainda esta semana, na 4ªfeira, tivemos reunião na escola da Filipa para nos darem a conhecer as notas do 2º período, mas fomos surpreendidos com a presença não só da professora, como também do professor do ensino especial e da psicóloga, o que de todo não é normal. Relativamente às notas da Filipa, dentro da realidade dela, foram muito boas. Relativamente à presença de tanta gente para o que é normal nestas situações, deveu-se ao facto de nos proporem a hipótese de um realidade diferente para o próximo ano lectivo da Filipa. A APISAL fez uma pesquisa de escolas “especiais” que provavelmente poderão proporcionar uma nova capacidade de evolução à Filipa, sendo uma possível melhor alternativa a tê-la lá mais um ano apenas por razões de segurança. Nós temos consciência de que a Filipa, no ensino “normal”, não terá neste momento muitas mais capacidades para conseguir evoluir e que mais cedo ou mais tarde teríamos que nos orientarmos noutra direcção, mas acho que ainda não estávamos preparados e já estávamos “acomodados” na alternativa de segurança que iríamos proporcionar à Filipa.

Surpreendentemente, ou talvez não, as hipóteses avançadas pela escola como sendo as melhores para a continuidade da evolução da Filipa, foram aquelas e mais uma quantas, que nós à uns anos atrás descartámos de imediato, após verificações nos locais, por considerarmos que a níveis de relações pessoais seriam muito limitadoras para a Filipa, pois naqueles ambientes ela apenas iria ter contacto com realidades semelhantes ou mais severas do que a dela e dificilmente lhe proporcionaríamos a hipótese de convívio com o mundo dito “normal”. Podemos ter feito bem, ou podemos apenas ter perdido tempo de evolução, mas na nossa opinião acho que fizemos o que melhor que achámos na altura e não nos arrependemos. Achamos que ganhou ela algo, assim como nós também conseguimos ganhar algo, pois também nós conseguimos conviver com realidades “normais” e fazer muitos amigos, alguns deles muitos importantes para nós.

Agora temos que optar pelo rumo a seguir já no próximo ano lectivo, se vamos continuar na APISAL, tendo a consciência de que será essencialmente para a manter em segurança, ou se arriscamos para a próxima etapa que passa por romper com tudo o que tínhamos até aqui, mas com a espectativa de que ela encontre os mecanismos para que possa continuar a sua evolução e que lhe proporcione as capacidades necessárias para que um dia possa adquirir a máxima autonomia possível.

De qualquer forma, apesar do choque que esta reunião nos provocou, achamos que a escola da Filipa teve uma atitude muito positiva e que demonstrou que se preocupa verdadeiramente com a evolução e o bem estar da dela.