domingo, 23 de outubro de 2016

Episódio de 22/10/2016


Não vou entrar em muitos pormenores porque estou muito cansado, mas tentarei dar uma ideia do que aconteceu em mais este "episódio" de crises da Filipa.

 Dia 22/10/2016

Por volta das 04:40 da manhã ouvimos um barulho vindo da casa de banho. A Ana levantou-se de foi tentar perceber do que se tratava e quando lá chegou chamou-me logo a dizer que a Filipa acabara de ter uma crise. A Filipa terá tido vontade de ir à casa de banho, conseguiu lá chegar, mas já sentada na sanita teve uma crise e acabou por tombar para o lado. No entanto estamos em crer que as crises poderão ter começado por volta das 03:00 da manhã, uma vez que por volta dessa hora ambos teremos ouvido um barulho (parecido com um pequeno grito) vindo do quarto, mas como de seguida não ouvimos mais nada voltámos a adormecer.

Após percebermos que a Filipa estava com crises acabámos por levá-la para a nossa cama para tentarmos controlar o rumo dos acontecimentos.

Entretanto, no meio de algumas crises que se seguiram, surge uma tentativa de vómito que nos deixou em alerta máximo, sendo que logo a partir desse momento nos começamos a movimentar para a levarmos para o hospital. A união de vómito e crises para a Filipa nunca dá bom resultado.

Ainda antes de sairmos de casa a Filipa pediu para comer um iogurte. Demos-lhe o iogurte também com o intuito de verificar como reagia. Nada de anormal aconteceu, tirando mais algumas crises e arrancámos para o hospital de Santa Maria.

Quando lá chegámos, por volta das 07:00 da manhã, ao chegarmos ao balcão de atendimento para fazer a inscrição da Filipa, quando íamos a tentar explicar o que acontecera, a Filipa abreviou a conversa com uma crise bem pronunciada na frente da funcionária que de imediato nos indicou que entrássemos para a triagem.

De seguida temos uma sequência de acontecimentos, entre a não observação evidente por parte dos médicos e enfermeiros, do que se estaria a passar (a Filipa nos intervalos das primeiras crises fica como se nada lhe tivesse acontecido) que nos fez andar para trás e para a frente com chás e soros para ver se a Filipa vomitava. Estavam a preparar-se para a mandar para casa, quando após uma toma de chá, fomos dar uma volta à rua (imediações das urgências) e a Filipa tem uma crise seguida de vómito. Mais uma vez estamos sozinhos e ninguém presencia...
Dirigimo-nos às urgências e contamos o sucedido e vamos arrastando a nossa presença ali, pelo menos até à toma da medicação estabelecida por nós para as 09:00 da manhã. Se a toma decorresse sem problemas arriscávamos a ir para casa, se corresse mal já estávamos no sítio certo para nos ajudarem.

Após várias entradas e saídas e mudanças de turnos, demos com uma Doutora e uma Enfermeira que nos começaram a dar mais atenção, sendo que após o testemunho de uma das crises mais violentas (a Filipa chegou a ficar roxeada por algum tempo) a Filipa definitivamente foi encaminhada para o SO.

Já em SO, a Filipa teve o seu ciclo de crises (quase 24 horas de duração), sendo apenas pena que o neuropediatra apenas tenha aparecido no turno da noite e de imediato tenha começado a dirigir a situação da Filipa no sentido certo. Tivemos contacto com médicos simpáticos e interessados, mas faz confusão que mesmo que nós digamos que a Filipa tem isto ou aquilo que para ela é padrão e exista um departamento de neuropediatria naquele hospital, só quando o neuropedriatra chegou às urgências (porque fez banco) é que as coisas entraram mais nos eixos. Não digo que interrompesse o ciclo de crises, porque já sabemos que façamos o que fizermos, as crises só param quando cumprem o ciclo “delas”, mas pelos menos poderíamos ter diminuído a sua intensidade.

Entretanto as crises deram tréguas por volta da 22:00.

Por volta das 12:00 do dia 23/10/2016 tivemos alta hospitalar com indicação de nova dosagem para a medicação da Filipa. Dosagem essa que entretanto já demos conhecimento ao Dr. Nuno Lobo Antunes que a validou ficando nesta altura assente em:

Depakine – 400mg + 400mg
Castilium – 10mg + 10mg
Keppra – 400mg + 400mg

De realçar ainda o contacto bastante agradável que tivemos com o Dr. Tiago Santos (neuropediatra) que nos pareceu conhecedor da mutação de que sofre a Filipa, assim como restantes médicos e enfermeiros, principalmente os enfermeiros, do serviço de urgência da unidade de pediatria do Hospital de Santa Maria, que na adversidade do momento conseguem proporcionar-nos momentos de conforto.