No inicio desta semana, 2ªfeira dia 10/04/2017, fomos à consulta de
neuropediatria no Hospital de Santa Maria com a Dra Sofia. Levantou-se o tema
da dificuldade na fala, que parece ter regredido um pouco, para termos a
opinião da Dra sobre a possível influência da medicação nesta matéria. A Dra não
descartando essa hipótese, mas também não descarta a hipótese de haver realmente
uma ligeira regressão devido à falta de estimulo. Pediu-nos para termos atenção
à alimentação da Filipa, uma vez que ela aumentou 4kg de repente em pouco
tempo. Colocou-se a hipótese de lhe diminuir um pouco a medicação, mas achámos
melhor não mexer até que apareça outro episódio de crises.
Ainda esta semana, na 4ªfeira, tivemos reunião na escola da Filipa para nos
darem a conhecer as notas do 2º período, mas fomos surpreendidos com a presença
não só da professora, como também do professor do ensino especial e da psicóloga,
o que de todo não é normal. Relativamente às notas da Filipa, dentro da realidade
dela, foram muito boas. Relativamente à presença de tanta gente para o que é
normal nestas situações, deveu-se ao facto de nos proporem a hipótese de um
realidade diferente para o próximo ano lectivo da Filipa. A APISAL fez uma
pesquisa de escolas “especiais” que provavelmente poderão proporcionar uma nova
capacidade de evolução à Filipa, sendo uma possível melhor alternativa a tê-la lá
mais um ano apenas por razões de segurança. Nós temos consciência de que a
Filipa, no ensino “normal”, não terá neste momento muitas mais capacidades para
conseguir evoluir e que mais cedo ou mais tarde teríamos que nos orientarmos
noutra direcção, mas acho que ainda não estávamos preparados e já estávamos “acomodados”
na alternativa de segurança que iríamos proporcionar à Filipa.
Surpreendentemente, ou talvez não, as hipóteses avançadas pela escola como
sendo as melhores para a continuidade da evolução da Filipa, foram aquelas e
mais uma quantas, que nós à uns anos atrás descartámos de imediato, após
verificações nos locais, por considerarmos que a níveis de relações pessoais
seriam muito limitadoras para a Filipa, pois naqueles ambientes ela apenas iria
ter contacto com realidades semelhantes ou mais severas do que a dela e
dificilmente lhe proporcionaríamos a hipótese de convívio com o mundo dito “normal”.
Podemos ter feito bem, ou podemos apenas ter perdido tempo de evolução, mas na
nossa opinião acho que fizemos o que melhor que achámos na altura e não nos
arrependemos. Achamos que ganhou ela algo, assim como nós também conseguimos
ganhar algo, pois também nós conseguimos conviver com realidades “normais” e
fazer muitos amigos, alguns deles muitos importantes para nós.
Agora temos que optar pelo rumo a seguir já no próximo ano lectivo, se vamos
continuar na APISAL, tendo a consciência de que será essencialmente para a
manter em segurança, ou se arriscamos para a próxima etapa que passa por romper
com tudo o que tínhamos até aqui, mas com a espectativa de que ela encontre os
mecanismos para que possa continuar a sua evolução e que lhe proporcione as
capacidades necessárias para que um dia possa adquirir a máxima autonomia
possível.
De qualquer forma, apesar do choque que esta reunião nos provocou, achamos
que a escola da Filipa teve uma atitude muito positiva e que demonstrou que se
preocupa verdadeiramente com a evolução e o bem estar da dela.