Não
vou entrar em muitos pormenores porque estou muito cansado, mas tentarei dar
uma ideia do que aconteceu em mais este "episódio" de crises da
Filipa.
Dia
22/10/2016
Por
volta das 04:40 da manhã ouvimos um barulho vindo da casa de banho. A Ana
levantou-se de foi tentar perceber do que se tratava e quando lá chegou
chamou-me logo a dizer que a Filipa acabara de ter uma crise. A Filipa terá
tido vontade de ir à casa de banho, conseguiu lá chegar, mas já sentada na
sanita teve uma crise e acabou por tombar para o lado. No entanto estamos em
crer que as crises poderão ter começado por volta das 03:00 da manhã, uma vez
que por volta dessa hora ambos teremos ouvido um barulho (parecido com um
pequeno grito) vindo do quarto, mas como de seguida não ouvimos mais nada
voltámos a adormecer.
Após
percebermos que a Filipa estava com crises acabámos por levá-la para a
nossa cama para tentarmos controlar o rumo dos acontecimentos.
Entretanto,
no meio de algumas crises que se seguiram, surge uma tentativa de vómito que nos
deixou em alerta máximo, sendo que logo a partir desse momento nos começamos a
movimentar para a levarmos para o hospital. A união de vómito e crises para a
Filipa nunca dá bom resultado.
Ainda
antes de sairmos de casa a Filipa pediu para comer um iogurte. Demos-lhe o
iogurte também com o intuito de verificar como reagia. Nada de anormal
aconteceu, tirando mais algumas crises e arrancámos para o hospital de Santa
Maria.
Quando
lá chegámos, por volta das 07:00 da manhã, ao chegarmos ao balcão de
atendimento para fazer a inscrição da Filipa, quando íamos a tentar explicar o
que acontecera, a Filipa abreviou a conversa com uma crise bem pronunciada na
frente da funcionária que de imediato nos indicou que entrássemos para a
triagem.
De
seguida temos uma sequência de acontecimentos, entre a não observação evidente
por parte dos médicos e enfermeiros, do que se estaria a passar (a Filipa nos
intervalos das primeiras crises fica como se nada lhe tivesse
acontecido) que nos fez andar para trás e para a frente com chás e soros
para ver se a Filipa vomitava. Estavam a preparar-se para a mandar para casa,
quando após uma toma de chá, fomos dar uma volta à rua (imediações das urgências)
e a Filipa tem uma crise seguida de vómito. Mais uma vez estamos sozinhos e
ninguém presencia...
Dirigimo-nos às urgências e contamos o sucedido e vamos
arrastando a nossa presença ali, pelo menos até à toma da medicação
estabelecida por nós para as 09:00 da manhã. Se a toma decorresse sem problemas
arriscávamos a ir para casa, se corresse mal já estávamos no sítio certo para
nos ajudarem.
Após
várias entradas e saídas e mudanças de turnos, demos com uma Doutora e uma
Enfermeira que nos começaram a dar mais atenção, sendo que após o testemunho de
uma das crises mais violentas (a Filipa chegou a ficar roxeada por algum tempo)
a Filipa definitivamente foi encaminhada para o SO.
Já em
SO, a Filipa teve o seu ciclo de crises (quase 24 horas de duração), sendo
apenas pena que o neuropediatra apenas tenha aparecido no turno da noite e de
imediato tenha começado a dirigir a situação da Filipa no sentido certo.
Tivemos contacto com médicos simpáticos e interessados, mas faz confusão que
mesmo que nós digamos que a Filipa tem isto ou aquilo que para ela é padrão e exista
um departamento de neuropediatria naquele hospital, só quando o neuropedriatra
chegou às urgências (porque fez banco) é que as coisas entraram mais nos eixos.
Não digo que interrompesse o ciclo de crises, porque já sabemos que façamos o
que fizermos, as crises só param quando cumprem o ciclo “delas”, mas pelos
menos poderíamos ter diminuído a sua intensidade.
Entretanto
as crises deram tréguas por volta da 22:00.
Por
volta das 12:00 do dia 23/10/2016 tivemos alta hospitalar com indicação de nova
dosagem para a medicação da Filipa. Dosagem essa que entretanto já demos
conhecimento ao Dr. Nuno Lobo Antunes que a validou ficando nesta altura
assente em:
Depakine – 400mg + 400mg
Castilium – 10mg + 10mg
Keppra – 400mg + 400mg
De realçar ainda o contacto bastante agradável que tivemos com o Dr. Tiago Santos (neuropediatra) que nos pareceu conhecedor da mutação de que sofre a Filipa, assim como restantes médicos e enfermeiros, principalmente os enfermeiros, do serviço de urgência da unidade de pediatria do Hospital de Santa Maria, que na adversidade do momento conseguem proporcionar-nos momentos de conforto.